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13 março, 2014

'É um milagre estar viva', diz menina estuprada e esfaqueada no Amapá

Uma jovem de 13 anos, moradora do bairro Pacoval, na Zona Norte de Macapá, diz que ainda tenta esquecer o que viveu na madrugada de 7 de fevereiro de 2014. Nesse dia, ela foi estuprada por quatro homens e esfaqueada ao menos 16 vezes , em uma área de ponte no bairro onde mora. Os homens a arrastaram até o quintal de uma casa. Se fingindo de morta, a jovem conta que esperou alguns minutos até conseguir chamar a atenção de um morador e pedir socorro.


Depois de ficar internada por duas semanas no Hospital de Emergências (HE) da capital, a adolescente voltou para casa e acredita que 'foi um milagre' a própria sobrevivência. "Eu ainda choro quando lembro do que aconteceu, e penso que foi um milagre não ter morrido com tudo isso. Agora, eu só quero esquecer", disse a menina, ainda muito abalada.

De acordo com a Polícia Civil, três suspeitos foram detidos e um está foragido. Um dos detidos é menor de idade. Os adultos devem responder por estupro e tentativa de homicídio, e o adolescente, por ato infracional análogo ao crime de estupro.
Os quatro homens teriam estuprado e esfaqueado a menina 16 vezes, conforme apontou o inquérito policial, que já foi encaminhado ao Ministério Público do Estado do Amapá (MP/AP). Um cabo de vassoura ainda foi deixado na genitália da garota, provocando uma lesão no útero. A menina passou por uma cirurgia reparadora na região lesionada , ainda no dia do crime.


"Eu lembro deles me dando facadas, e depois me arrastando para trás de uma casa. Eles só pararam quando eu me fingi de morta. Nesse momento, todos fugiram e eu consegui pedir ajuda ao dono do local onde me largaram", relatou a adolescente, ainda emocionada.
A menina contou que nunca havia visto nenhum dos quatro suspeitos. Ela os conheceu na noite do crime, quando aceitou o convite de duas amigas para ir a uma festa em uma casa no bairro onde mora. Na ocasião, a vítima se recusou a ingerir bebida alcoólica, o que, segundo ela, teria provocado a raiva dos suspeitos.
"Me forçaram a beber, mas eu não quis. Acho que foi por causa disso que eles fizeram essas 'coisas' comigo", disse a jovem.

Justiça 
"Quero Justiça e sonho ver todos esses homens presos para sempre. Tenho medo, e não perdoo nenhum. Se eu encontrar com eles só vou chorar", disse a menina.
"Agora, eu peço que as autoridades nos ajudem a fazer Justiça. Não temos condições de contratar advogado, mas acreditamos que eles serão todos condenados por essa maldade que não tem perdão", disse a avó, uma dona de casa de 47 anos.


Mudança 
Depois de sair do hospital, onde passou a metade de fevereiro internada, a menina, que era descrita pelos familiares como uma moça alegre, mudou sua rotina. 'Pega-pega' e 'esconde-esconde', brincadeiras preferidas da adolescente, deixaram de fazer parte dos fins de tarde no bairro onde mora. Atualmente, ela passa a maior parte do tempo em frente à TV.

"Eu gostava de brincar de várias coisas na ponte. Hoje, eu não brinco mais por causa do que aconteceu comigo. Perdi a vontade de quase tudo", lamentou.
"O jeito dela mudou muito. Ela acordava às 5h da manhã, sempre com vontade de ir à escola, algo que não vemos agora. Hoje, tem vontade de ir, mas tem vergonha de sair na rua", contou a avó.

Fonte: G1

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